(ainda as) Cadeiras, Missa e garrafas de cerveja

Bem sei que já há algum tempo que aqui não escrevo. Mas a verdade é que a logística não ajuda. Como sabem mudei de casa, e infelizmente nesta ainda não tenho net... 

Em relação ao teste de preparedness que tivemos correu-me como se esperava. Isto é, mal. A boa notícia é que nenhuma matéria me era estranha. Urge portanto desenferrujar alguns conceitos. Tarefa onde aliás venho trabalhando noutras áreas que me parecem mais importantes (n.d.r. as palestras do Prof. Gilbert para Álgebra Linear). 

Para quem não está familiarizado com o sistema de ensino dividido por trimestres (por oposição aos nossos mais populares semestres), devo dizer-vos - pois já tive esta experiência de trimestres no mestrado aí em Portugal - que o tempo passa mesmo a correr! Por estranho que possa parecer, aqui, mesmo ao nível das cadeiras de mestrado ou doutoramento, os professores apostam forte nos trabalhos de casa. Coisa à qual já não estamos habituados, talvez, desde o tempo do liceu!! Mas portanto, refrescar conhecimentos antigos é fundamental porque os trabalhos de casa já estão aí e há prazos para cumprir.

Mas ainda sobre o meu programa de estudos... 

Tenho, como penso que já terei referido anteriormente, 48 créditos para cumprir antes de me propôr para o preliminary exam. Cada cadeira "vale" normalmente 4 unidades de crédito. Para o meu programa, o esboço a completar, normalmente em 4 trimestres (12 u.c / trimestre), será:

* 4 core courses (16 u.c.);

* 3 additional technical electives (12 u.c.);

* 3 undergrad upper-division (12 u.c.);

* 2 research units (8 u.c.)

A minha escolha de cadeiras terá, portanto, que ser feita de uma forma equilibrada. Cadeiras difíceis com outras mais fáceis, de forma a que haja progressão sem exageros. Neste trimestre, como certamente compreendem, eu estou essencialmente à procura de  ganhar confiança. Por isso mesmo, estou tentado a substituir uma cadeira - ECE 250, a tal do preparedness test - pela cadeira que está indicada como sendo o seu pré-requisito: ECE 153. Deve ser mais fácil, e é uma boa base para retomar temas antigos. Ainda por cima não é "tempo perdido" pois esta também conta como u.c. para o programa. Esta decisão terá que ser tomada durante esta semana. Sob prejuízo de, sendo tomada mais tarde, ficar com um W (Withdrawl) ou um F (Failed) no meu transcript, o que é totalmente desaconselhável, neste tipo de programas. Resumindo, esta semana quero este assunto arrumado!

Agora para algo totalmente diferente... não posso deixar de fazer aqui uma referência à comunidade católica da UCSD. Finalmente encontrei-os. Tive diversos ataques de riso durante a Missa (que Deus me perdoe!). Cheguei à Igreja, meio a medo procurei a porta. Dou de caras com o Father John Paul preparadíssimo para celebrar. Esticando a mão, atira de seguida: "Hi there! How are you?". Simpática figura. Estivemos alguns minutos à conversa onde lhe expliquei que era aluno da UCSD, e que tinha chegado há pouco tempo para cumprir um programa de doutoramento. Bem impressionado pela recepção calorosa que era dedicada aos frequentadores daquela Igreja, entrei e procurei um lugar. Mas o melhor ainda estava para vir... 

O edifício em si, é relativamente sóbrio, mas quando entramos notam-se algumas diferenças. Mormente um piano de cauda que está quase colado ao altar. Tinha já ocupado o meu lugar, quando uma senhora entra, senta-se num banco em frente ao referido piano (o Fr. John Paul ainda estava lá fora a cumprimentar as pessoas que chegavam) e começa a desejar as boas-vindas a toda a gente. Enquanto toca piano, pede aos novos membros da comunidade para se levantarem, "only to get to know you better, and to give you a warm welcome". Fiquei obviamente embaraçado, sobretudo por correr o risco de poder ser o único novo membro! Como tinha acabado de me identificar exactamente como recém-chegado perante o Padre, sentia-me mal se mentisse, permanecendo sentado. Lá decidi portanto levantar-me, e, no mesmo instante, dois asiáticos lá no outro lado também se levantaram... uff! Que alívio... ao menos não sou o único! Seguiu-se uma ruidosa salva de palmas, com uns berros de incentivo pelo meio (yupiii, yeaah,...). Acho que só faltaram os assobios. Uma cena de fazer inveja ao próprio Padre Marcelino. Nem de propósito, por falar nele, aqui o Father John também faz umas homílias interactivas. Mas mais do tipo sabatina. A assistência tem realmente direito a algumas perguntas. E ele faz questão de dizer que quer respostas... não são perguntas de retórica! Só não dá notas para as respostas. Se o Pe. Marcelino o libertasse, estou certo que o Helder (não és tu Nóbrega, é um menino pequenino que anda - ou andava - na cataquese em Leça) faria muito sucesso por aqui... mesmo com a barreira da língua!

Só mais um pormenor que achei delicioso: por altura da comunhão, há pessoas que não estando preparadas, colocam-se na fila. Tal e qual como se fossem comungar. Chegam perto do Padre e colocam os braços em forma de X junto ao peito e olham para o chão - como quem diz: estou aqui, mas não estou preparado para comungar - perante estas pessoas o Padre, em vez de dar a comunhão, coloca a mão em cima do ombro do pecador e diz algumas palavras (que infelizmente não consegui perceber, mas imagino que sejam de conforto!). Engraçados estes diferentes costumes, não?

(mais novidades em http://catholicucsd.org/)

É verdade... já quase me esquecia: outro dia tive a happy hour do meu departamento (17h-18h). Bebida e aperitivos à borla. Parecem fazer muito sucesso todas as actividades que incluam comida à borla. Quando digo comida deveria, talvez, fazê-lo entre aspas; porque de facto é só porcarias do tipo: batatas, salgados, tacos e afins. Bom, mas os desgraçados da associação de estudantes do ECE, foram abandonando o convívio perto das 18h. Cometeram a imprudência de me deixar na sala com alguns amigos (curiosamente todos europeus e habituados a outros horários) e um frigorífico cheio de cerveja. O resultado foi um frigorífico vazio, e uma ligeira ressaca no dia seguinte.

Duas notas finais (isto começa a tornar-se um hábito...)

Já saiu o último disco d' Os Pontos Negros ("Magnífico Material Inútil"). Consegui ouvir algumas coisas na Radar FM e gostei! [http://www.myspace.com/ospontosnegros].

Última: doravante vou-me esforçar por escrever os posts em inglês. Sorry! Tenham paciência mas o português vai ficar para o Natal. Dá-me jeito ir praticando o inglês escrito!